Phainomenon

Cada dia que passa, atualizo minha teoria sobre a (minha) Existência. Ontem terminei de assistir a terceira e última temporada da série alemã Dark, produzida pela Netflix. E, basicamente tudo que eu já li, vi, e acredito, apareceu naquela série. Não vou dar spoilers daquele final perfeito que fizeram, no entanto, vou desenvolver a minha meia-verdade sobre o que é a Existência. Digo isso pois, aquilo a que chamamos “verdade” não passa de uma fração daquilo que meu Mestre chamava de “Verdade”.

A realidade é aquela que, quando você parar de acreditar nela, não vai embora. (Philip K. Dick)

Como descrito nos livros Operação Cavalo de Troia, publicados nos anos 80, e escritos nos anos 70, a ciência quântica demonstra que o tempo não é como um eixo horizontal, no qual podemos marcar os dias e horas, a fim de assim sabermos onde fica o passado, o presente, e o futuro. A descoberta dos swivels, ou seja, a grande descoberta jamais revelada oficialmente dos anos 60, quebrou esse paradigma. Uma partícula de swivel é considerada o próprio tempo. Ao alterar os graus dentro de um swivel, viaja-se no tempo, porque na verdade o tempo é o espaço. Por isso que a pergunta não é “viajar para quando?”, mas sim “viajar para onde?”.

Essa descoberta demonstra o tempo sendo como um túnel, como um grande cilindro, onde todos os dias que você já viveu, estão todos em algum ponto de sua circunferência. Ou melhor, cada dia da sua vida não tem um ponto de partida, tampouco um de chegada. Como um sonho no qual não sabemos como começamos, como chegamos naquele lugar que estamos sonhando, e ao acordarmos, sabemos que despertamos sem ter chegado em seu fim.

Cada momento seu vivido, na verdade, devia ser dito no presente. Tudo que já aconteceu, ou que acontecerá, está acontecendo nesse exato instante. Quando o bebê nasce, ele não tem consciência de que viveu 9 meses dentro da barriga da mãe. Ele não sentiu esse tempo passar. Ele só sabe que está vivendo quando inspira pela primeira vez fora do útero de sua mãe. A pessoa que falece, ou que está a falecer, vai dizer que sua vida passou feito como um segundo. Ele piscou, e uma vida de 40, 60, 90 anos, passou num estalar de dedos.

Nossa memória, a meu ver, não nos serve para armazenar informações daquilo que vivemos, mas sim para nos conectar consigo mesmos. Buda dizia, e eu já escrevi sobre essa frase aqui neste blog, que toda imagem é um engano. E ele está certo porque ao observar as fotos fixadas nos porta-retratos e quadro que tenho no quarto, sei que aquele Víctor que está lá não sou eu. Quer dizer, sou eu daqueles momentos, mas não sou eu de agora. É um engano pensar que aqueles Víctors estáticos nas fotos sou eu.

Ao passar do batente da morte, todos eles se juntarão em um único ser. E é com esse ser, com esse “corpo”, que eu vou poder seguir em frente. Só se pode seguir em frente, quando se experiencia tudo que já existiu nesse mundo, ou como dizia um mensageiro, na “estaca Zero” ou “MAT-0”. Portanto, existe neste momento milhares de Víctors que, como eu, estão vivendo todas as possibilidades desta existência, para quando o Víctor final estiver pronto e partir, nada (absolutamente) fique para trás.

Em diversas culturas humanas, acredita-se que somos filhos de um Deus. Que ele divide-se em e por nós. E que somos sua imagem e semelhança. Ora, se sou como esse Deus que se divide, por que então não posso pensar que me dividi em milhares antes de experimentar essa vida também? Se sou filho desse Deus, se tenho sua imagem e semelhança, eu também sou um deus.

Essa história de ser um deus pode parecer blasfêmia para alguns, mas pense bem sobre isso. Hermes dizia que o Universo trabalha com a Lei da Atração, ou seja, aquilo que vibro ter, um dia terei. O poder das palavras é algo estudado e já temos a ciência mostrando para nós que a repetição de uma palavra faz com que passemos a acreditar em sua existência. Um cientista japonês descobriu o efeito das palavras em moléculas de água: em um jarro, ele colou uma fita com o nome de sentimentos positivos como amor, carinho, esperança; e em outro jarro, colou sentimentos negativos como ódio, tristeza, solidão. O resultado foi que após um período repetindo e sentindo esses sentimentos para cada jarro, o primeiro apresentava as moléculas estáveis, saudáveis, multiplicando-se; o segundo, no entanto, apresentava as moléculas morrendo, doentes, instáveis. Dessa forma, temos a prova científica de que temos poderes, e que podemos criar, afetar, e destruir coisas ou pessoas.

Um outro estudo sobre imaginação e realidade, fez com que uma pessoa olhasse para um copo enquanto observamos a iluminação dos neurônios em seu cérebro. No momento que a pessoa viu a imagem do copo real, à sua frente, uma parte do seu cérebro se iluminou; depois, pediram para a pessoa imaginar o mesmo copo, e o resultado foi assombroso: a mesma parte do cérebro se acendeu, fazendo com que os cientistas e estudiosos se indagassem: qual é a diferença entre imaginação e realidade? Se a mesma parte do meu cérebro se acende para ambas, será então que não existe distinção? Será que tudo que imaginamos já existe?

Aceitar essa possibilidade faz com que não haja impossibilidades. Tiraram uma foto de nosso universo, com um satélite que alcançou a maior distância até o momento, e quando revelaram-na ficamos impressionados. A semelhança com a foto de neurônios dentro de nosso cérebro foi incontestável. A foto de nosso universo é praticamente idêntica a do nosso cérebro, sendo as galáxias nossos neurônios. Será então que somos parte da imaginação de alguém? Será que aquele Deus está sonhando? E se for assim, eu sou real?

Engraçado que o humano lutou tanto para ser superior à Natureza, ao Universo, a Deus, que acreditou que existia. Ele gritou para todo mundo que, sim! Ele existe!, ao mesmo tempo que destruía todo o resto. No seu egoísmo de querer ser, de querer existir, de querer estar acima de tudo e todos, ele só conseguiu fazer isso rebaixando os animais, rebaixando os milagres, rebaixando a si mesmo. E sequer ele existe! O planeta existe, e o humano finge que existe.

Mas o segredo é abraçar a verdade de que ele não existe. O planeta existe. A Natureza existe. E o humano faz parte do planeta, faz parte da Natureza. Não existe diferença. Só existe semelhança. Isso que significa existência.

Você não existe. E isso não é ruim, isso é bom. A Existência existe, e enquanto você fingir estar separado dela, estará preso nessa realidade que inventou para si mesmo, que te faz temer até a própria morte. Morrer o que é? Um escape dessa realidade, uma ponte para não existir, finalmente.

Esta é a minha meia-verdade. Não dos outros.

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